sábado, 14 de fevereiro de 2015

Alqueva bate recordes mundiais de produtividade por hectare


Produtividade por hectare: dados
mencionados na edição em papel
A notícia, assinada por Vítor Andrade (Semanário Expresso, 31/01/2015), destaca a "revolução" que está em curso no interior da região alentejana. Com a construção da Barragem do Alqueva (distrito de Évora, concelho de Portel) e a instalação do perímetro de rega, a presença de água tem proporcionado  o aparecimento de novas culturas agrícolas, nomeadamente, melão, tomate, luzerna (leguminosa forraginosa).
Água, forte insolação e terras que foram, anos e anos, exploradas de forma extensiva sem recurso a químicos, são apontados como três fatores explicativos do sucesso agrícola.
No artigo pode ler-se, ainda, que "Alqueva está a bater recordes mundiais de produtividade por hectare, pelo menos em oito categorias de produtos. Milho. beterraba, tomate, azeitona, melão, uva de mesa, brócolo e luzerna rendem, em certos casos, três vezes mais que no resto do mundo, em termos médios, se forem produzidos em Alqueva".
Reflexo da importância do Alqueva é a projeção internacional que se pode comprovar pelos investimentos já operados na região. África do Sul, Marrocos, França, Itália e Escócia são algumas das nacionalidades presentes. Por exemplo, produz-se cebola para a Mc Donalds, amendoim para a PepsiCo ou uvas sem grainha para supermercados britânicos com origem no Alqueva.
http://expresso.sapo.pt/alqueva-bate-recordes-mundiais-de-produtividade-por-hectare=f908819
Pontos fortes da região agrícola do Alqueva

  • Precocidade/Antecipação - Frutos e legumes produzidos atingem níveis de maturidade muito antes da concorrência, devido à elevada exposição solar ao longo do ano.
  • Produtos mais saborosos - Os alimentos produzidos têm mais sabor devido à disponibilidade de água para regar as plantas quando elas mais precisam.
  • Rendimento da terra elevadíssimo - Níveis de produção por hectare tão elevados que atraem investidores de vários pontos do globo. Para além das culturas já introduzidas, novas culturas estão a surgir com uma notável adaptação às condições de produção reunidas.
Pontos fracos da região agrícola do Alqueva
  • Distância - Encarecimento do custo final em função da distância a percorrer. O Alqueva está longe das grandes cidades portuguesas e ainda mais do resto da Europa, para onde, contudo, já escoa muito da sua produção.
  • Preço da água - Um valor ainda não demasiado elevado mas que, a prazo, irá sofrer um agravamento com reflexos negativos na competitividade.
  • Resistência à mudança - Região tradicional de culturas de sequeiro, muitos dos seus agricultores mostraram resistência às mudanças inerentes a uma forma de abordagem de regadio.                                                                                                    (Adaptado do texto da notícia)                                                                                                                                                                                                                

"O investimento estrangeiro tem cada vez mais peso no Alqueva. Há já projetos de quantas nacionalidades?Espanha, em primeiro lugar, França, África do Sul, Marrocos, Alemanha, Escócia, Holanda e Austrália.
O que é que leva um investidor estrangeiro a optar pelo Alqueva e não por outra qualquer região da Europa, onde seguramente também há condições de cultivo igualmente atrativas?Não há nenhum país da Europa que tenha esta combinação de disponibilidade de água, de terra e de clima ameno como nós temos aqui. Espanha, por exemplo, não tem nenhuma disponibilidade de água e terra como existe no Alqueva. Se progredirmos para norte, começamos a perder graus de calor e, portanto, deixamos de poder antecipar produções e ter mais açúcar e sabor nos produtos. Porque é que as uvas do Vale da Rosa são muito apreciadas pela doçura? Porque isso significa muita fotossíntese, e isso é radiação solar, conjugada com água. Estamos no sítio da Europa com maiores níveis de radiação solar."
"Não há região na Europa com água, terra e clima como o Alqueva"
entrevista a José Pedro Salema, presidente da EDIA (Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, SA)
                                                                                                                                         

As primeiras referências à necessidade de criar uma reserva de água no rio Guadiana, em pleno Alentejo, surgem há pelo menos 100 anos, embora o Projecto, enquanto Empreendimento de Fins Múltiplos, date de 1957, altura em que foi criado o Plano de Rega do Alentejo.

Identificada a origem de água no Guadiana, rio internacional partilhado com Espanha, foi necessário estabelecer um acordo que regulasse a utilização deste recurso. Foi então celebrado o Convénio Internacional Luso Espanhol que veio atribuir a Portugal a exploração hidráulica do troço internacional deste rio entre as confluências do rio Caia e a da ribeira de Cuncos. Este Convénio, assinado em 1968, contemplava já a construção da barragem de Alqueva, elemento fulcral do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva.

Entre avanços e recuos, fica na história a decisão governamental de 1975 de dar corpo ao Empreendimento e o início dos trabalhos em Alqueva, em 1976. As obras preliminares duraram apenas 2 anos, tempo para construir as ensecadeiras de montante e jusante; o túnel de desvio provisório do rio, de forma a permitir os trabalhos no seu leito; os acessos e infra-estruturas de apoio. 

O Empreendimento entrou então numa fase de avaliações e novos estudos tendo o Governo decidido retomar o Projecto em 1993. Foi então criada a Comissão Instaladora da Empresa do Alqueva que preparou e lançou os primeiros concursos públicos internacionais com vista à retoma do Empreendimento. Dois anos mais tarde, em 1995, essa Comissão deu lugar à EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S. A., que reiniciou os trabalhos em Alqueva.

Em Maio de 1998 tiveram lugar as primeiras betonagens e em Janeiro de 2002 ficou concluído o corpo principal da Barragem, o que permitiu o início do enchimento da albufeira de Alqueva a 08 de Fevereiro do mesmo ano. (cf EDIA)


 

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