domingo, 17 de agosto de 2014

Um novo blog porque ...

  • Pesquisar deve ser um exercício contínuo.
  • Partilhar o que se sabe é, também, uma forma de reconhecimento pelos contributos dos outros.
  • Ensinar, hoje, não pode ignorar as potencialidades das Novas Tecnologias
  • Estudar Geografia é a forma de conhecer o mundo que nos rodeia. 
  • Dialogar com os alunos pode e deve extravasar as paredes da sala de aula.
Geografia, Sociedade e Natureza é, de facto, um título que pretende resumir o principal objetivo da razão da sua existência: ser mais uma ferramenta de estudo e partilha.
E porquê juntar a Sociedade e Natureza à Geografia?
Várias podem ser as razões a apontar. Bastará, contudo, lembrar que, a evolução da Geografia, confunde-se com a própria evolução do conhecimento humano.

Desde o Homo  sapiens ao Homo tecnologicus que a Geografia foi-se "fazendo", foi-se afirmando, alterando, enriquecendo, especializando-se, mas, sempre, assumindo as caraterísticas do paradigma filosófico de cada época.
Desde 1870 (data da institucionalização da Geografia no leque dos ramos da ciência) até aos dias de hoje, várias têm sido as mudanças operadas na Geografia no seu esforço para acompanhar as diversas correntes científicas e de pensamento que se têm sucedido ao ritmo das capacidades técnicas e tecnológicas da própria Sociedade.
Todavia, duas vertentes da Geografia conservam-se desde as primeiras sociedades humanas: a física e a humana. O próprio nome a isso nos conduz. Não nos satisfaz apenas descrever a Terra, precisamos de compreender como e porquê se foi organizando o espaço terrestre, como ele está a ser mudado e o que se deve fazer no futuro para que as gerações vindouras encontrem os meios para perpetuarem o sistema fechado que é o nosso planeta.                                                        
"A Terra pertencerá a quem a conheça melhor" era o lema de uma revista geográfica surgida no século XIX. Agora, como antes, o espaço desperta o interesse do Homem. Conhecimento e domínio do espaço têm marcado indelevelmente a evolução da própria Geografia embora de forma diversa de acordo com o grau de desenvolvimento dos grupos sociais que a praticam. 
Yves Lacoste, geógrafo francês, no seu livroA Geografia serve antes de mais para fazer a guerra, realça que o grau de apreensão do processo de espacialidade diferencial é proporcional ao meio social em que um indivíduo ou um grupo social está inserido. Para ele, neste mundo globalizado onde, quem domina o conhecimento, tem maiores probabilidades de exercer o poder, seja ele económico, político ou militar, justifica-se a aposta numa cultura geográfica. Insistindo numa linguagem assaz crítica, Lacoste, afirma, ainda, que Há os que sabem conceber a sua ação sobre vastos espaços e que detêm os meios necessários, e os "papalvos" que, de facto, não sabem onde estão.
Localizar, descrever, interpretar, explicar e sintetizar qualquer porção do espaço terrestre continuam, assim, a ser etapas do método de estudo da Geografia.
Conhecer melhor o nosso lugar, a nossa vila, a nossa cidade, o nosso país, os conjuntos espaciais em que estamos inseridos é um trabalho que, iniciando-se com os primeiros passos, vai prosseguir ao longo das diferentes etapas da vida de cada um de nós. Quanto mais real for o nosso saber do espaço, a diversas escalas geográficas, melhor estaremos capacitados para exercer o nosso papel de cidadania.
E, para tal, o "casamento" entre o que a Natureza nos dá e o que nós, como Sociedade, fazemos, deve ser uma aliança permanente, a própria essência da Geografia.
 

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