segunda-feira, 25 de julho de 2016

75 milhões para fazer do Douro uma auto-estrada fluvial

A primeira fase do projecto já arrancou com um orçamento de 4,7 milhões 
FERNANDO VELUDO/NFACTOS
Luísa Pinto, (jornal Público, 24/07/2016), assina esta notícia deveras interessante pelas implicações geográficas, científicas, tecnológicas, sociais e económicas que envolve. Do ponto de vista geográfico, fala do reforço da navegabilidade do Rio Douro. Ora, como sobejamente conhecemos, tal significa interferir na paisagem aumentando o seu grau de humanização. Aprofundar o canal de navegação, para além de o tornar mais fácil de ser percorrido por barcos de maior calado, vai melhorar a atividade económica de empresas locais que passarão a contar com um meio mais barato e mais amigo do ambiente, criará mais postos de trabalho, vai atrair mais gente e criar outras oportunidades de negócio e, nalguns casos, proporcionar fixação de pessoas em áreas do Interior. De facto, o sucesso que tem sido alcançado pela exploração turística fluvial pode ser, ainda, mais amplo se for possível manter "uma profundidade de 4,20 m na totalidade da sua extensão". O projeto Douro Inland´s Waterway, escreve a jornalista,  ao longo de cinco anos e com um custo total de 75 milhões de euros, em parte obtidos com financiamento dos fundos comunitários, visa  "melhorar a via navegável do Douro". Concebido em três fases, a primeira já se iniciou com a efetivação dos estudos sobre o impacte socioeconómico que provocará a maior capacidade de transporte, nomeadamente, de mercadorias, pela via fluvial, da responsabilidade de entidades da área do saber - Instituto Hidrográfico, faculdades de Economia e de Engenharia da Universidade do Porto.
A segunda fase, a "arrancar agora" tem como objetivo "dotar a via navegável do Douro com um sistema de informação e segurança - o River Information System (RIS) e o Safer and Sustainable Accessibility (SSA) – que permitirão fazer, entre outras coisas, o controlo de tráfego e meteorológico da via em toda a sua extensão, melhorando a gestão portuária e intermodal, bem como a possibilidade de reporte às autoridades locais.
A terceira fase é a que envolverá a implementação das obras de aumento da profundidade do leito para os tais 4,20 metros. Para além da dragagem, será preciso, também, "escavar a rocha do Leito nalgumas secções do percurso assim como melhorar a circulação em eclusas localizadas nalgumas das barragens existentes.
Obviamente, com obras de tal monta, não serão somente as terras ribeirinhas que beneficiarão destas intervenções. Mesmo os municípios mais afastados das margens do rio irão usufruir da maior navegabilidade do rio, do aumento de turistas, da melhoria da acessibilidade e das vantagens de uma via considerada muito menos poluente do que a tradicional via rodoviária, igualmente, mais onerosa.
https://www.publico.pt/economia/noticia/75-milhoes-para-fazer-do-douro-uma-auto-estrada-fluvial-1739204
 

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