sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Quando a Terra era um disco

Geografia política: mapa do mundo de Ribeiro (1529)
A importância dos mapas é inquestionável não só como meio de representação do espaço como meio de manipulação do poder. Assumindo a incapacidade do uso da escala à dimensão real, desde os primórdios o Homem tentou transmitir o espaço percepcionado através de técnicas que foram evoluindo em paralelo com a evolução técnica e tecnológica.
Nelson Pitacas, na edição de 22/09/2015, do Observador, escreveu sobre a importância dos mapas num artigo intitulado "Quando a Terra era um disco". Para além do texto, há links que nos ligam a várias fontes. O mapa mundo do cartógrafo português Diogo Ribeiro surge, exatamente, num conjunto de "12 Maps That Changed the World". Vejamos algumas das afirmações escritas por Nelson Pitacas:

Do Paleolítico à Era Digital, o Planeta Azul sempre inspirou visionários. Das pedras ao papiro, da pele curtida ao papel e aos bits. Hoje os cartógrafos são satélites e os mapas fazem-se de pixels.

De onde viemos, onde estamos, para onde vamos. Desprezando a reflexão filosófica, em termos práticos a resposta a estas questões encontra-se…  num mapa. Existem para todos os gostos e utilizações. Mapas geográficos, políticos, económicos e astronómicos. Mas também há mapas astrais, mapas do tesouro e, na história de Portugal, um famoso mapa cor-de-rosa cujo episódio agitou as relações entre Portugal e a Grã-Bretanha no final do século XIX. A evolução do mapa começou muito antes do aparecimento das primeiras formas de escrita. O estudo e a prática da cartografia combinam a ciência, a estética e a técnica para encontrar modos realistas de comunicar os espaços de forma eficaz.
http://observador.pt/2015/09/22/quando-a-terra-era-um-disco/
Do artigo "Quando a Terra era um disco".
Já sobre o comentário que acompanha o mapa de Ribeiro, podemos salientar que:
O cartógrafo Português Diogo Ribeiro compôs este mapa no meio de uma disputa amarga entre Espanha e Portugal sobre as Molucas, uma cadeia de ilhas na atual Indonésia e centro para o comércio de especiarias (em 1494, os dois países assinaram o Tratado de Tordesilhas com Espanha sobre a divisão das terras descobertas entre as duas potências da época). Após a expedição de Fernão de Magalhães de circum-navegação do mundo pela primeira vez em 1522, Ribeiro, que trabalhava para a coroa espanhola, colocou as "Ilhas das Especiarias," de forma imprecisa, apenas dentro da metade Espanhola. Provávelmente, Ribeiro deveria de saber que as ilhas (que aparecem nas laterais de extrema esquerda e extrema direita do mapa), na verdade, pertenciam a Portugal, mas beneficiou quem lhe pagava as contas. "Este é o primeiro grande exemplo de manipulação geográfica a favor da política ", diz Brotton.
http://www.theatlantic.com/international/archive/2013/12/12-maps-that-changed-the-world/282666/
 

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