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TEXTO JOANA NUNES MATEUS e PEDRO LIMA ILUSTRAÇÃO HELDER OLIVEIRA |
- a posição geográfica é fundamental para perceber a história de um lugar
- as opções políticas são apontadas como escolhas mas, com frequência, são quase imposições externas
- num mundo globalizado somos cada vez mais interdependentes
- num mundo marcado por tantos conflitos a segurança tem que ser preservada
- a geopolítica reassume um papel fulcral nas decisões económicas e políticas.
recrudescimento do interesse nacional pelo comboio. O artigo a que aludimos começa por colocar a seguinte questão: Quais os investimentos públicos, estratégicos que o país deve lançar na próxima década, com o apoio dos fundos europeus do Portugal 2030, o quadro comunitário de apoio para 2021 - 2027? Dirigida a empresários exportadores obteve respostas como:
- investir nas ligações ferroviárias de Portugal à Europa, via para:
- diminuir o excesso de camiões nas auto-estradas europeias (prevê-se que a curto prazo será sériamente dificultada a passagem de transportes rodoviários pesados pelo País Basco)
- diminuir os custos do transporte com o menor consumo de recursos energéticos fósseis
- atenuar as crescentes pressões ambientais
- construir um novo corredor ferroviário Aveiro - Vilar Formoso, construído de raíz, em via dupla e compatível com as redes espanholas e europeias
- construir a ligação Évora-Caia-Badajoz
- eliminar os constrangimentos nas ligações ferroviárias aos portos de Leixões e Setúbal
- construir a ponte Seixal-Barreiro
- criar uma rede de terminais logísticos intermédias de baixo custo estrategicamente localizados
- interligar as vias rodoviárias, a rede ferroviária, os portos de mar (Leixões e Sines) e os terminais logísticos
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Área da responsabilidade de de busca e salvamento marítimo de Portugal. Cada ponto representa uma ocorrência SAR (search and rescue), em 2017 Fonte: Google Earth e Marinha Portuguesa |
- detém um dos maiores espaços marítimos do mundo - a ZEE ocupa 1,7 milhões de quilómetros quadrados e, caso venha a ser aprovado o alargamento da plataforma continental, passará a ser de 4,1 milhões de quilómetros quadrados
- na ZEE (atual e futura) exerce o direito exclusivo de exploração dos recursos naturais no solo e subsolo marinhos, incluindo petróleo, gás e minério
- tem a responsabilidade de busca e salvamento marítimo numa área de 5,8 milhões de quilómetros quadrados (ver mapa acima)
- tem, na economia azul (segundo o INE), o terceiro setor da economia nacional
- pode impulsionar a sua indústria ligada ao mar se mantiver e reforçar a aposta no domínio da segurança marítima.
- aplica-se ao domínio marítimo global
- rege-se pelo direito internacional, garantindo também a aplicação da legislação nacional
- assegura a liberdade de navegação
- protege os cidadãos, as infra-estruturas, o transporte, o ambiente e os recursos marinhos.
- político-militar - exºs: disputas por áreas marítimas e conflitos entre Estados, terrorismo marítimo, tráfico de armas de destruição maciça
- socioeconómica - pirataria ou assalto de navios à mão armada, pesca ilegal e ciberataques
- ambiental - sobrepesa, poluição provocada por navios ou plataformas offshore e poluição derivada de atividades em terra como os desperdícios de plástico
- humana - acidentes com navios, tráfico ilegal de pessoas e narcotráfico.
(...) existe uma relação empíricamente óbvia em termos globais
entre segurança e economia (...) Acresce que a globalização assenta
profundamente no transporte marítimo intercontinental e que os
recursos do mar são cada vez mais cobiçados face à sua escassez
em terra, pelo que, embora aquelas ameaças nos possam parecer
distantes, a verdade é que têm um potencial impacto negativo na
segurança e na economia nacional.