Apresentado ao mundo em 6 de maio de 2019, o relatório das Nações Unidas é um sério alerta ao caos que se está a instalar na biodiversidade do nosso planeta.
Como este vídeo corrobora, o desmatamento, a pesca excessiva, o desenvolvimento e ouyras atividades humanas podem, se não houver cautelas, conduzir ao desmoronamento das amarras que sustentam a natureza. Nomeadamente, as demasiadas pressões humanas, podem conduzir à extinção, nos próximos anos, de um milhão de espécies com sérias conseqüências para os seres humanos, assim como para o resto da vida na Terra.
Estas são conclusões do relatório global do IPBES, um estudo que:
- foi elaborado com base numa revisão de cerca de 15.000 fontes científicas e governamentais e compilada por 145 autores especialistas de 50 países
- é um primeiro olhar abrangente em 15 anos sobre o estado da biodiversidade do planeta
- inclui, pela primeira vez, conhecimentos indígenas e locais, bem como estudos científicos
- aponta para provas contundentes de que as atividades humanas estão por trás do declínio da natureza
- classifica como principais propulsores do declínio de espécies a conversão de terras, incluindo o desmatamento; a sobrepesca; a caça de carne e a caça furtiva; as Alterações Climáticas; a poluição; e as espécies exóticas invasoras
- denuncia que já pouca vida permanece em partes do oceano assim como nalgumas florestas tropicais onde os insetos desapareceram
- condena a desertificação causada pelas pastagens
- atribui a alteração severa de mais de 75% das áreas terrestres devido à atividade humana
- contabiliza em 66% dos oceanos impactos humanos significativos
- retrata uma "imagem sinistra" da saúde dos ecossistemas que está se deteriorando rapidamente
- menciona vários especialistas, tais como:
- Baillie: "Precisamos proteger a biosfera para proteger o clima e ajudar a nos proteger de eventos climáticos extremos". "Proteger a natureza e salvar as espécies é garantir a terra e as plantas aquáticas, e os animais precisam sobreviver". "Proteger metade do planeta até 2050, com uma meta de 30% até 2030, é a única maneira de atingir as metas climáticas de Paris ou alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para o mundo".
- Watson: "Estamos erodindo as próprias fundações de nossas economias, meios de subsistência, segurança alimentar, saúde e qualidade de vida em todo o mundo ”. "Minha maior preocupação pessoal é o estado dos oceanos". "Plásticos, zonas mortas, pesca excessiva, acidificação ... Estamos realmente em alta nos oceanos."
- acrescenta, ainda, que florestas, oceanos e outras partes da natureza absorvem 60% das emissões globais de combustíveis fósseis todos os anos
- refere, também, a diminuição drástica dos recifes de coral e mangais, ecossistemas de zonas húmidas que protegem as áreas costeiras de tempestades como furacões.
RTP