domingo, 29 de março de 2020

Ria Formosa: Ilhas podem desaparecer em 30 anos

Na sua edição de 20/02/2020, o semanário Expresso publicou a reportagem sobre o presente e o futuro de uma dos mais conhecidos acidentes do litoral português continental: a designada (impropriamente) Ria Formosa. Com texto de Carla Tomás, infografia de Jaime Figueiredo, fotografia e vídeo de Nuno Botelho, drone e edição de Tiago Pereira Santos, é feita uma análise pormenorizada, que nos alerta, a todos, especialmente, responsáveis políticos, para os perigos que as alterações climáticas despertam e as graves consequências, umas, já testadas, e, outras, demasiado previsíveis. Mais, esta realidade evidencia o quanto é necessário ser proactivo, definindo atuações inadiáveis e resistindo às pressões políticas e aos interesses de quem "vê" o seu caso particular e nega o interesse coletivo.

"Ria Formosa" - Expresso (acessível a assinantes)

Passaram 10 anos desde que um mar grande e enfurecido pela intempérie fez desabar ondas de seis metros sobre as 77 casas que existiam na ilha da Fuseta, deixando um rasto de destruição. O primeiro ataque aconteceu após a lua cheia de 14 de Fevereiro conjugada com a preia mar e a tempestade. Duas semanas depois foi a lua nova a comandar as marés vivas que deixaram a maioria das casas esventradas ou as arrastaram para o mar. 
(...) As projeções associadas às alterações climáticas apontam para uma subida do nível médio do mar de cerca de um metro até final do século. A subida das águas, conjugada com a maré alta e a intensificação de tempestades, não deixa dúvidas de que as ilhas aqui existentes há cerca de seis mil anos poderão ficar parcial ou totalmente submersa dentro de 30 a 50 anos. E se nada for feito para o evitar, a ria Formosa será transformada num continuar de mar. (...) As recargas artificiais de areia entre a Quarteira e Vale do Lobo, realizadas em 2010, "minimizaram o recuo da linha de costa, mas basta uma tempestade conjugada com uma maré alta e elevada energia para que recue cinco ou seis metros". Na Fuseta e nos ilhotes a demolição das construções permitiu a "renaturalização e recuperação positiva dos ecossistemas", que não é possível onde há casas. Ilhas transformar-se-ão em bancos de areia, que ficarão submersos na maré cheia.


 

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