Ao longo deste texto foram os números que contaram algumas histórias:
- «Evolução (demasiado lenta) da escolarização entre 1960 e 1974»
- «Democratização do ensino a partir da Revolução de Abril»
- «Alargamento do ensino superior» «Consolidação do ensino profissional» «Evolução da qualidade do ensino e consequente
- redução do abandono escolar precoce»
Também foi com números que se traçou o retrato do actual sistema de ensino e se descreveram as suas dinâmicas e os fluxos de transição e mobilidade de alunos — entre anos curriculares, entre níveis de ensino e entre modalidades.
Foram ainda os números que sinalizaram alguns pontos de destaque:
- a notável robustez e consolidação de critérios de avaliação por parte dos professores;
- o papel dos exames enquanto referentes e calibradores do sistema;
- o esforço e a complexidade do trabalho das escolas — grande diversidade de ofertas, grandes agrupamentos de escolas, acolhimento de alunos com necessidades educativas especiais;
- o acompanhamento eficaz dos alunos que se deixaram atrasar.
Mas também de apreensão:
- o efeito mediático do concurso nacional de acesso ao ensino superior nas decisões de alunos, famílias e escolas;
- a necessidade de financiamento de medidas que visem a recuperação precoce dos alunos;
- a escassez de diplomados nos mestrados em ensino (quando se avizinha a saída por aposentação do grande grupo de professores que entraram na carreira no período de maior crescimento da escolarização no pós‐25 de Abril);
- o desequilíbrio de género e a necessidade de criarformas de motivação para o estudo focadas no universo masculino de alunos, sob pena de o país vir a perder um capital humano precioso face ao cada vez mais reduzido número de jovens.