sexta-feira, 3 de julho de 2020

A Revolução Industrial na Europa

Já é longo o "casamento" entre a História e a Geografia, uma união que permite perceber a Geopolítica à escala de observação do momento. Entender o enorme poder adquirido pelo Reino Unido até à Primeira Guerra Mundial remete-nos, necessariamente, para o período histórico contemporâneo vulgarmente conhecido por Revolução Industrial. Não existe uma data precisa, houve, sim, um conjunto de acontecimentos que culminaram na maior mudança civilizacional desde a Revolução do Neolítico. Como diz o texto da El Ordem Mundial, de uma sociedade e economia de caráter rural e agrário  passou-se a outras urbanas e industriais. Processo de transformação tecnológica, económica, social e política,  iniciado na segunda metade do século XVIII em Inglaterra, estendeu a sua primeira fase até meados do século XIX. A partir de então, difundiu-se por grande parte da Europa atingindo-a de modo precoce ou débil, de acordo com a existência, ou não, de recursos do subsolo indispensáveis à produção industrial. Jazidas de carvão, minas de ferro, rios navegáveis e canais foram, e ainda são, fatores explicativos da distribuição da indústria europeia. Mas, não só. Os modelos políticos vigentes e o maior ou menor grau civilizacional vigente em cada país ou reino, à época, teve um papel preponderante. 
Como observámos no mapa relativo ao período de expansão da industrialização europeia, de Londres a Génova, numa extensa região que inclui países ou áreas de países atuais como Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, França (Norte), Alemanha (Ocidental) e Itália (Norte), identificámos matérias-primas indispensáveis à siderurgia e das principais áreas industriais, muitas destas localizadas nos países continentais onde a industrialização foi precoce. Atualmente, a Banana Azul Europeia, apresenta um traçado cartográfico coincidente. 
Um conceito criado para realçar o grande eixo industrial europeu, de modo idêntico, a banana azul tem um dos polos na Inglaterra e estende-se até ao Norte de Itália, abarcando a Bélgica, os Países Baixos ou a Bacia Renana alemã. Traduzindo as vantagens adquiridas com o longo processo desde meado do século XIX, esta ampla região carateriza-se pelo seu maior poder de compra na UE, pelos seus maiores investimentos, as suas menores taxas de desemprego, maior qualidade do trabalho e, consequentemente, salários mais elevados.
 

Blog Archive

Número total de visualizações de páginas