Entre 1974 e 2022, as comunicações rodoviárias por autoestrada, em Portugal continental, registaram um incremento notável (mais de 4 500%). Embora a rede configure as desigualdades tão características do país, como o comprova a infografia publicada pela PORDATA, é inegável que, o seu traçado é estruturante. Liga longitudinalmente o litoral, em especial onde há maior concentração de população e de atividades económicas e, transversalmente, entre o litoral e o Interior com claras intenções de valorizar territórios menos acessíveis e aproximar-nos da Europa. Aliás, a Europa a que pertencemos e que nos proporcionou os fundos financeiros indispensáveis para construirmos esta malha alargada de vias de interligação aos centros de decisão da, hoje, UE 27.Com a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), foi possível mobilizar um conjunto avultado de investimentos para o sector dos transportes e acessibilidades, consubstanciados em apoios efectuados no âmbito dos Quadros Comunitários de Apoio. Estes materializaram opções e orientações estratégicas que se reflectiram em transformações significativas em matéria de acessibilidades (com destaque para as infra-estruturas rodoviárias). Sendo as acessibilidades um elemento determinante no cômputo do complexo de factores decretórios das dinâmicas de organização e estruturação do território, tais transformações repercutiram-se em importantes alterações na organização do território nacional.
https://www.researchgate.net/publication/303543237_A_Evolucao_das_Acessibilidades_em_Portugal_e_suas_Repercussoes_na_Organizacao_do_Territorio
Autores: João Figueiredo de Sousa, André Fernandes e Sónia Galileu
