O estudo a que se refere este artigo do semanário Expresso foi publicado pelo INE - Instituto Nacional de Estatística. No resumo do "Destaque" da obra, disponibilizado na página eletrónica deste organismo oficial, pode ler-se:
A tipologia socioeconómica das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto de 2011 subdivide o território em seis classes socioeconómicas – urbano consolidado, (sub)urbano novo qualificado, (sub)urbano não qualificado, espaços integrados de menor densidade, espaços autocentrados de menor densidade e espaços de imigração –, revelando um território heterógeno e fragmentado tendo em conta as características do parque habitacional e da população residente. A análise conjunta das duas áreas metropolitanas permitiu evidenciar padrões territoriais comuns e identificar características diferenciadoras. A classe socioeconómica referente aos espaços de imigração é mais caracterizadora da AML enquanto os espaços autocentrados de menor densidade caracterizam especialmente a AMP.
Entre 2001 e 2011, o diagnóstico dos processos de transformação socioeconómica dos territórios evidencia a expansão da (sub)urbanização qualificada e o recuo da (sub)urbanização não qualificada em ambas as áreas metropolitanas. A dinâmica associada aos espaços de imigração refletiu-se num aumento do número de unidades territoriais classificadas nesta classe apenas na AML.
E porquê dar esta importância a dois espaços tão localizados de Portugal continental?
A resposta já a conhecemos: ambos, devem o seu relevo à dinâmica territorial, económica, política e social que imprimem ao país.
De forma mais completa e estatisticamente fundamentada, isso mesmo é explanado pelo professor João Ferrão (geógrafo da Universidade de Lisboa, Instituto de Ciências Sociais), no prefácio do estudo a que se refere o citado "Destaque":
As áreas metropolitanas de Lisboa (AML) e do Porto (AMP), na sua configuração atual, concentravam cerca de 1/3 da população do continente em 1960. Em 2011 reúnem quase metade do total de residentes (46%). Nos últimos 50 anos o conjunto da população das duas áreas metropolitanas aumentou 72,8% (87,4% na AML e 53,7% na AMP), uma taxa de crescimento quase 3,5 vezes superior à do continente (21,2%). As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto são, na verdade, os dois grandes motores do país. A sua evolução traduz, e condiciona, as dinâmicas de desenvolvimento nacional e de inserção nos processos de globalização de pessoas, bens e serviços.
http://expresso.sapo.pt/populacao-mais-do-que-duplicou-nas-zonas-suburbanas-qualificadas-de-lisboa-e-porto=f882909