O desaparecimento ("secagem") do mar de Aral é considerado por alguns especialistas a maior catástrofe ecológica podendo ser imputável às atividades humanas (AFP/HO) |
O artigo, publicado no jornal francês Le Monde de 30 de outubro de 2014, relata as consequências da exploração excessiva dos cursos dos rios Amu Darya e Syr Darya, iniciada nos anos 60 do século XX.
Na altura, Cazaquistão, Uzbequistão e Turquemenistão, faziam parte da URSS, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, e a sua economia, fortemente centralizada, obedecia aos planos quinquenais traçados pelo Gosplan (Comitê Estatal de Planeamento). Sendo planos de caráter imperativo, levando à aplicação de sanções caso não fossem atingidas as metas traçadas, originaram, frequentemente, atropelos ambientais em nome dos resultados desejados.
O desaparecimento do Mar de Aral é considerado dos mais graves acidentes ambientais mundiais provocados por razões humanas. Com o intuito de atingir produções elevadas de algodão e outras culturas, projetaram-se obras de irrigação que vieram a provocar o quase desaparecimento do mar e um aumento extraordinário de terras salgadas nesta vastíssima área que afeta cerca de 67 milhões de habitantes.
No sentido de reverter esta situação, reuniram-se, em Ourguentech, em 29 de outubro, o Fundo internacional para salvar o Mar de Aral. o governo uzbeque e numerosas organizações internacionais, entre as quais o Banco Mundial.