sábado, 4 de julho de 2015

Um país a caminho do trabalho

Deslocações diárias para o trabalho ou
local de estudo
Raquel Albuquerque (texto) e Jaime Figueiredo (infografia), assinam este artigo deveras interessante sobre as migrações pendulares que ocorrem no espaço nacional (Semanário Expresso, edição de 7/02/2015).
Partindo dos dados dos Censos de 2011 sobre os movimentos pendulares dos trabalhadores e estudantes residentes em Portugal, Raquel Albuquerque faz uma caraterização atualíssima das alterações que marcam as últimas décadas. Por exemplo, afirma que:
  • Deixar as cidades e centros históricos em troca das periferias tornou-se uma escolha comum na última década.
  • Consequência:
      •     alargou-se a distância para o trabalho.
      •     aumentou a utilização do automóvel (45% em 2001 para 62% em 2011, o aumento da proporção dos que utilizam o carro).
  • A suburbanização da sociedade portuguesa é a principal tendência da sociedade portuguesa "O que se passou é que as pessoas trocaram metros quadrados por gasolina" (Mário Alves).
  • O fenómeno evidencia o contraste entre o interior e o litoral.
  • Viver para longe dos centros das cidades  é a oportunidade de arranjar uma casa maior e mais barata.   
  • O aumento da utilização do automóvel é uma das grandes mudanças no panorama dos movimentos pendulares.
  • Os transportes públicos, diminuíram de 24,9% para 9,7% de 2001 para 2011.
  • Maior rapidez, menor dependência da "incerteza" e dos tempos de espera  explicam o recurso ao automóvel em detrimento dos transportes públicos.  
A análise do mapa da infografia é o retrato que veríamos "Se os trabalhadores e estudantes deixassem um rasto nas deslocações pendulares que fazem diariamente entre o concelho onde residem e os concelhos onde trabalham ou estudam". Na legenda, os círculos representam o número de pessoas que trabalham ou estudam no mesmo município. Os fluxos são proporcionais às pessoas que trabalham ou estudam noutro município. 
No original publicado pode-se, ainda, ler que: 
  • 28% dos portugueses trabalham ou estudam num concelho diferente daquele onde residem.
  • 20 minutos é a duração média de todas as deslocações, independentemente do meio de transporte usado.
  • 5 920 531 era o total de trabalhadores e estudantes. Destes, o transporte usado nas migrações pendulares diárias foi:

  • Automóvel - 61,6%
  • A pé - 16,4%
  • Autocarro - 11,8%
  • Transporte empresa ou escola - 3,2%
  • Comboio - 2,9%
  • Metro - 1,8%
  • Motociclo - 1,2%
  • Bicicleta - 0,5%
  • Barco - 0,3%
  • Outro - 0,3


As assimetrias são mais do que evidentes entre o litoral e o interior refletindo a litoralização contra a rarefação populacional, a existência de maior e mais diversa oferta de trabalho e ensino contra a escassez e variedade de emprego e escolas.  


 

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