A batalha pela conquista da cidade portuária de Ceuta, no reino de Fez (Marrocos), que dominava o estratégico Estreito de Gibraltar, faz hoje seis séculos |
Tal como se lê no texto:
"Portugal, um pequeno país da periferia da Europa, pobre e com uma população de apenas um milhão de habitantes, decidiu conquistar a 21 de agosto de 1415 a estratégica cidade portuária de Ceuta, situada no reino de Fez, no Magrebe. E iniciou um processo de expansão territorial, marítima, económica, política, militar e religiosa que o levou a afirmar-se como potência mundial e a controlar o comércio global durante mais de 100 anos, através da criação de um império marítimo em rede nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico."
De facto, é inegável o papel que, História e Geografia, desempenham na justificação dos acontecimentos do passado da Humanidade, nas consequências que têm no presente e, mesmo, nas implicações que há que ponderar na criação de cenários futuros. Hoje, Portugal continua a ser periférico pela sua situação espacial mas, tal como há séculos atrás, em que foi o centro da mundialização, pode e deve valorizar e potenciar a sua perificidade num contexto de globalização, num mundo multipolar.
http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-08-21-A-globalizacao-foi-inventada-pelos-portugueses-ha-600-anos
Como ciências humanas, História e Geografia aliam-se, igualmente, à Economia no entendimento diacrónico e sincrónico da história social. Aliás, não será despropositado se se disser que, desde que se tornou um ser produtor, com a descoberta da agricultura, o Homem evoluiu por "impulsos" económicos. Por analogia com o conceito de paradigma de Khun, é aceitável atribuir a esta trilogia - histórico-geográfica e económica - o papel fundamental na evolução social ao longo dos tempos.
É neste sentido que, a ligação seguinte, nos remete a um dos muitos textos que se podem encontrar escrito na perspectiva de quem é especialista na área da economia. Na conclusão do autor, Luís Brites Pereira, lê-se que:
"Saber gerir o desafio da globalização deve ser o interesse nacional predominante de Portugal, o seu destino histórico hodierno. Tal propósito decorre directamente da vontade do povo português em ser autónomo e diferenciado e implica saber continuar a construção da sua diferencialidade – a sua forma diferenciada de “ser” – a razão permanente do seu destino histórico. Embora parcial, a análise acima tem o mérito de salientar quão determinante é para uma nação a escolha da estratégia certa como também das políticas que a sustentam de forma a concretizar o seu destino histórico.
Em relação à primeira vaga de globalização, pode afirmar-se que o segredo do poder mundial, descoberto pelos portugueses, continua a ser a chave para a compreensão da evolução económica e política do mundo actual: os que triunfaram optaram por políticas mais inovadoras de liderança global. É evidente ainda a importância de os portugueses olharem "para fora", para o mundo, em geometria variável. Em relação às políticas propriamente ditas, exige-se sobretudo uma eficaz articulação entre a política económica externa e a interna de forma a fomentar a competitividade e o desenvolvimento económico".
Portugal e a Globalização: um Destino Histórico?