Tradicionalmente, dizemos que o país sofre de uma dicotomia Litoral/Interior. Ora, sucede que o conceito de Interior não é considerado dogmático, antes, um conceito que se adapta à evolução das circunstâncias económicas, sociais e culturais. Senão, vejamos o que nos transmite o mapa ao lado.
Como podemos ler, a fonte é o PNCT - Programa Nacional para a Coesão Territorial - documento oficial aprovado na reunião do Conselho de Ministros de 20 de outubro de 2016 e que será desenvolvido e supervisionado pela UMVI - Unidade de Missão para a Valorização do Interior.
Para os responsáveis pela classificação do que é Interior, "os chamados territórios do Interior atingem 2/3 da área do Continente e integram:
- todos os municípios dos distritos de Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Bragançae Vila Real
- parte dos municípios e freguesias dos distritos de Faro, Setúbal, Santarém, leiria, Coimbra, Viseu Braga, Viana do Castelo, bem como os distritos litorais de Aveiro e Porto.
Esta diferenciação implica para Augusto Mateus, economista e consultor, que se deve "apostar numa estratégia de povoamento do território e de criação de riqueza" que usufrua de incentivos à atividade privada pois "não há desenvolvimento económico e social sustentável se a maioria dos rendimentos depender da despesa pública. Mais, diz que não se pode gerir da mesma maneira e reduzir apenas à dicotomia litoral/interior e urbano/rural ... o Interior não é um problema geográfico, porque há interior no litoral e litoral no interior.