quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

"Os prazeres e as compensações de viver só" - Observador

Uma das ilustrações da pintora Yaoyao Ma Van
sobre "A magia Íntima de viver sozinha"
A propósito das razões que podem justificar as tendências para a manutenção de baixas taxas de natalidade e de fecundidade, em particular, nos países mais desenvolvidos, a revolução de mentalidades é, sem dúvida, a que maior protagonismo assume.
Liberta de gravidezes incontroláveis (como afirmou uma das inventoras da pílula: "Pela primeira vez a mulher passou a ter o poder de permitir ao homem ser pai"), dedicada ao estudo e afirmando-se no mundo do trabalho, beneficiando de uma sociedade cada vez mais aberta e liberal, a mulher foi conquistando o poder de decidir por si só o estilo de vida que lhe interessa. Obviamente que, este paradigma não está generalizado. Persistem muitas sociedades onde, a mulher, continua a ser encarada como um ser que deve estar sujeita a um estatuto de dependência, seja de tradições seculares, seja do homem. Mas, à medida que  o dito modelo de sociedade ocidental estende os seus tentáculos, verificámos uma evidência incontestável e que se traduz em afirmações como a que se segue:

"É saudável estar em torno dos outros, mas também é saudável estar confortável o suficiente para passar o tempo sozinho". (citadada em artigo de Eliyse Wanshel, no Huffpost).
Este tema surge bem documentado na edição de 22 de outubro de 2017, do Observador, pela jornalista Joana Emídio Marques, com a inclusão de alguns testemunhos de mulheres que optaram por viverem sós e não serem mães.
http://observador.pt/2017/10/22/os-prazeres-e-as-compensacoes-de-viver-so/
Pessoalmente, e de um ponto de vista exclusivamente demográfico, parece-me que, como animais que somos, a sobrevivência da espécie estará em causa se não houver procriação.   Numa perspetiva ética, exclusiva do mundo animal racional, será de questionar se é justificável defender acerrimamente o direito a um individualismo tão estrito a par de experiências científicas de procriação com que, hoje, já nos confrontámos. Será que, como humanos, iremos ser mais felizes com modos de vida mais "livres" e menos afetuosos?
 

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