sábado, 17 de fevereiro de 2018

IA - Índice de Aglomeração

Fonte - Criação dos autores: Hirotsuga Uchida e
Andrew Nelson
Na apresentação do mapa global da acessibilidade escrevi que, o autor do estudo respetivo, terá usado o IA - Índice de Aglomeração - para identificar as cidades consideradas nos dados que suportaram a cartografia em causa.
O que é este índice? Após pesquisa orientada pelas sugestões da leitura da notícia "Quão longe fica a cidade mais próxima?", deparei-me com um texto do Relatório de Desenvolvimento Mundial de 2009, assinado por Hirotsugu Uchida e Andrew Nelson, com o título Índice de Aglomeração: para uma nova medida de concentração urbana.
Básicamente, o que se pode extrair do referido texto é que:
  • a definição, quer de cidade quer de área urbana, é contingente pois varia de país para país e, mesmo, ao longo do tempo o que inviabiliza comparações entre realidades geográficas distintas;
  • é preciso, por isso, usar uma medida que possa ser aplicada aos vários países e permita ver as semelhanças e as diferenças;
  • se deve valorizar a influência económica das aglomerações urbanas;
  • residentes, trabalhadores e empresas tendem a concentrar-se onde encontram benefícios gerados pelas economias de aglomeração;
  • tal constatação sugere a criação de uma nova medida, o Índice de Aglomeração;
  • um índice sustentado em três fatores: a densidade populacional, o tamanho da população do "grande" centro da cidade e o tempo de viagem para esse grande centro da cidade;
  • o objetivo do IA é ter uma definição globalmente consistente de concentração de lugares e atividades para realizar análises comparativas e agregadas entre países;
  • as cidades consideradas na colheita de dados têm que ter um mercado suficientemente atrativo correspondente à existência de uma certa massa de pessoas que o sustente;
  • então,
    • a população destas cidades tem que ser igual ou superior a 100 000 habitantes 
    • a densidade populacional deve ser igual ou superior a 150 Hab/km2
    • o tempo de viagem para os grandes centros urbanos foi baseado em estimativas de tempo necessário para percorrer 1 km em diferentes superfícies rodoviárias e, até, fora da estrada.
Os autores do estudo consideram, ainda, que o uso deste novo índice permite conceber como pouco consistente o contraste entre o urbano e o rural. De facto, ao admitirem a influência da qualidade das infra-estruras de transporte e valores de dimensão populacional absoluta e relativa mínimos, incluíram uma nova representação gráfica que traduz a implicação destas exigências:


No gráfico, vemos:

  • o centro da cidade como foco da área urbana
  • a densidade populacional mais elevada no centro
  • a projeção das distâncias-tempo segundo isócronas
  • isócronas cujo traçado denuncia onde há maior ou menor acessibilidade de acordo com a categoria da infra-estrutura.
De facto, se se considerar distâncias físicas de 60 minutos nos tempos de viagem, em termos de distância-tempo vai haver uma distensão da tamanho da isócrona no caso da viagem ser realizada numa estrada de boa qualidade; pelo contrário, se forem os mesmos 60 minutos a cobrir em pavimento de terra, obviamente, a distância a percorrer será menor.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  
 

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