A aldeia de Alvares esteve, na madrugada do dia 17 de junho, cercada pelas chamas - JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR |
Da leitura do texto, e numa perspetiva mais geográfica, destaco:
- para evitar situações drásticas com as que ocorreramem junho de 2017 é preciso reduzir a carga combustível (José Miguel Cardoso Pereira, coordenador do grupo ForEco – Ecologia Florestal do ISA, Instituto Superior de Agronomia)
- este objetivo deve ser obtido conciliando as atividades primárias (agricultura e silvicultura) com a segurança das pessoas mantendo a atratividade à terra
- uma das medidas será a redução da área plantada de 90% da freguesia para 70% da área, isto é, ter menos árvores por hectare
- outra medida da proposta é a introdução de novas espécies, como o medronheiro (aproveitam-se os frutos, produzem-se bebidas espirituosas como aguardente e licor, logo, é fonte de rendimento)
No artigo original a evolução da frequência temporal dos incêndios é observada em mapas interativos |
- na área objeto de estudo apontam-se opções de acordo com as caraterísticas do terreno:
c) zonas de proteção aos aglomerados populacionais (pelo menos 100 metros sem floresta)
d) uma zona de proteção à Albufeira do Cabril, conforme previsto pela legislação
e) uma rede de corta-fogos (de pelo menos 125 metros de largura) até agora inexistente.
As medidas avançadas pela equipa de especialistas autores da proposta tiveram em conta os condicionalismo que a realidade da floresta portuguesa apresenta na sua generalidade:
"O nosso território tem esta complicação: é uma manta retalhada de decisões individuais desgarradas”, disse Cardoso Pereira. E a freguesia de Alvares é um bom exemplo disso: em quase 10 mil hectares existem três mil proprietários, dos quais mais de dois mil não tem sequer dois hectares. Pior: esses dois hectares estão divididos em 17 ou 18 parcelas, segundo o Núcleo Fundador. Muitas pessoas,que herdaram estas pequenas parcelas, nem sequer sabem bem onde é que elas ficam.
Uma outra conclusão, a que o investigador José Cardoso Pereira chegou, face à realidade da aldeia de Alvares é que as espécies tradicionais da floresta se vão manter: eucalipto e pinheiro-bravo. Apesar da resina e óleos essenciais altamente inflamáveis geradas por estas árvores, defende que a ocorrência dos fogos se deve mais à falta de limpeza dos matos: Se fosse um carvalhal com matos de um metro e meio era a mesma coisa, ardia tudo também. Dizem que a culpa dos incêndios é dos eucaliptos mas, se formos a ver, a grande maioria da área que ardeu foi com fogos de superfície. O que ardeu foi o mato. O que é responsável pela extensão dos fogos é a falta de gestão e a acumulação de combustíveis no sub-bosque.”
"O nosso território tem esta complicação: é uma manta retalhada de decisões individuais desgarradas”, disse Cardoso Pereira. E a freguesia de Alvares é um bom exemplo disso: em quase 10 mil hectares existem três mil proprietários, dos quais mais de dois mil não tem sequer dois hectares. Pior: esses dois hectares estão divididos em 17 ou 18 parcelas, segundo o Núcleo Fundador. Muitas pessoas,que herdaram estas pequenas parcelas, nem sequer sabem bem onde é que elas ficam.
Uma outra conclusão, a que o investigador José Cardoso Pereira chegou, face à realidade da aldeia de Alvares é que as espécies tradicionais da floresta se vão manter: eucalipto e pinheiro-bravo. Apesar da resina e óleos essenciais altamente inflamáveis geradas por estas árvores, defende que a ocorrência dos fogos se deve mais à falta de limpeza dos matos: Se fosse um carvalhal com matos de um metro e meio era a mesma coisa, ardia tudo também. Dizem que a culpa dos incêndios é dos eucaliptos mas, se formos a ver, a grande maioria da área que ardeu foi com fogos de superfície. O que ardeu foi o mato. O que é responsável pela extensão dos fogos é a falta de gestão e a acumulação de combustíveis no sub-bosque.”