Uma animação muito interessante para entendermos, de modo simples, o quão profundo pode ser o oceano.
O que diz o texto que acompanha as imagens? Ousando introduzir ligeiras adaptações, lê-se que:
- mesmo que subíssemos ao ponto mais alto da Terra - o pico do Everest - e submergíssemos toda a montanha onde se situa, restaria ainda uma milha de distância - 1609,344 metros - entre este pico e o ponto mais profundo conhecido no oceano global;
- a água retida pelos oceanos encheria uma banheira quadrada com 1 102,40064 km de lado.
- a 100,6 mts (aprox.) de profundidade é onde geralmente caçam as baleias azuis ainda dentro da zona bem iluminada do oceano (em águas claras pode chegar aos 200 mts.)
- a 234,7 mts de profundidade foi onde, em 1960, ocorreu a primeira circum-navegação realizada pelo submarino USS Triton
- 253,3 mts foi a maior distância percorrida num mergulho livre até hoje registada, uma profundidade onde a pressão é 26 vezes superior à da superfície e capaz de esmagar a maioria dos pulmões humanos
- contudo, as baleias mergulham até 499,9 mts
- 731,5 mts é a profundidade máxima até onde pode chegar um submarino nuclear sem que o seu casco implodisse
- 829,7 mts seriam alcançados pelo ponto mais extremo do Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo, construído no Dubai, caso fosse mergulhado invertido no mar
- perto dos 1 000 mts, localiza-se a chamada zona da meia-noite, uma profundidade onde os seres vivos que aqui vivem não podem ver como, por exemplo, esta espécie de camarões que habitam a 2 286 mts, perto de vulcões subaquáticos. Apesar de as temperaturas, a esta profundidade, estarem próximas do ponto do congelamento, as águas que são expelidas pelas aberturas hidrotermais podem atingir até 426 ºC
- 2 992 mts é a maior profundidade onde, até hoje, foi registada a presença de um mamífero, a baleia com ponta de Cuvier (espécie rara que habita áreas profundas)
- 3 810 mts é a profundidade onde se encontra o Titanic e onde a pressão é 378 vezes superior ao seu valor à superfície. Espantosamente, aqui, existem algumas espécies adaptadas às condições existentes
- a 6 096 mts chega-se à zona Hadal, uma zona de fossas como, por exemplo, a das Marianas, com uma profundidade de 11 034 mts, mais 2 194 mts do que os 8 840 mts atingidos pelo Pico do Everest
- em termos de missões tripuladas, os pontos de maior profundidade alcançados foram:
- em 1960, 10 905 mts pelo oceanógrafo Jacque Piccard e o tenente Don Walsh
- em 2012, 10 898 mts pelo cineasta James Cameron durante a missão Deepsea Challenger na Fossa das Marianas
- em termos de missões não tripuladas, entre 1995 e 2003, nomeadamente, foram realizados vários mergulhos pelo Kaiko (um ROV, veículo submarino operado remotamente, de construção japonesa) para exploração da Depressão Challenger situada na Fossa das Marianas de que resultou a colheita de mais de 350 espécies marinhas das profundezas. Na opinião dos cientistas deverão existir muitas mais espécies ainda não identificadas havendo um imenso potencial de revelações que surgirão à medida que formos capazes de ir para além dos 5 a 10% dos ocanos que já foram escrutinados.
A Depressão Challenger na Fossa das Marianas tem mais do que uma milha do que a altura máxima do Monte Everest (Ilustração de Jack Cook, Instituição Oceanográfica Hole Woods) |