terça-feira, 28 de agosto de 2018

Mudam-se os tempos ... mudam-se as vontades: Natalidade na China

Pais passeiam os filhos na zona de Pequim© EPA/ROMAN PILIPEY
Na edição on-line do Diário de Notícias de 28 de agosto de 2018, encontrámos esta notícia que mostra o quanto a política pode interferir nas opções individuais e coletivas. Na sequência do regime ditatorial maoista da República Popular da China, proclamada em 1949, o governo chinês aprovou a política do filho único, no final da década de 60 do século XX, com o objetivo de reduzir o crescimento populacional, tradicionalmente marcado por famílias numerosas.
Passadas algumas décadas, o país confronta-se com as consequências nefastas desta opção imperativa e sancionatória: forte envelhecimento populacional, carência de ativos e falta de mulheres.

Já em 2015 o mundo pode assistir a um atenuar desta política gravosa para a atualidade e o futuro da sociedade chinesa. Do filho único passou-se a aceitar o nascimento de um segundo filho, principalmente, em casais em que ambos os cônjuges são filhos únicos. Agora, as notícias apontam para o fim de qualquer restrição a controlar a opção dos casais quanto ao número de filhos que entendam vir a ter.
Apesar desta pretensão, há quem admita as dificuldades que serão sentidas durante alguns anos pois, além dos infanticídios femininos que, se julga, eram frequentes durante o tempo em que vigorou a política do filho único, há muitas mulheres em idade avançada do ponto de vista da idade mais favorável à procriação.
Todavia, dada a dimensão geográfica do país e à realidade pouco conhecida das regiões mais longínquas e rurais, há especialistas que admitem que o número de mulhers é maior do que as estatísticas oficiais dizem:
Especialistas em demografia apontam muitas vezes para o desaparecimento de 30 a 60 milhões de mulheres nas estatísticas populacionais chinesas, um buraco que se pensa ter surgido devido à política do filho único e à preferência por filhos do sexo masculino.
O recenseamento chinês de 2010, por exemplo, mostra que para cada 100 mulheres nascem 118 homens, uma proporção muito diferente do resto do mundo, em que os números são 105 para 100. 
Assim, práticas de aborto seletivo de meninas ou negligência no tratamento das bebés do sexo feminino são muitas vezes apontadas como as possíveis causas deste desequilíbrio
Mas dois investigadores avançam a hipótese de este buraco ser meramente formal, ou seja, de milhões de bebés do sexo feminino simplesmente não terem sido registados.
 

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