Europa sem nuvens

Europa sem nuvens. Vista do Sentinel-3

Nesta imagem capturada do planisfério publicado pela ESA (European Space Agency), em 22 de maio de 2018, constatámos as diferenças na cobertura vegetal do território peninsular. O mapa foi elaborado por cenas captadas pelo satélite Sentinel-3A entre 1 de março e 30 de julho de 2017 e mostra os contrastes entre o verde que se conserva mesmo no verão e as áreas onde a secura predomina nesta mesma época do ano. Que influências se destacam nesta distribuição? A latitude, a altitude, a continentalidade e, obviamente, a interferência humana nas alterações da paisagem. Ainda recentemente a comunicação social relatou a presença de um urso no parque nacional Peneda-Gerês e
sabe-se que, Enquanto espécie com uma população reprodutora no nosso país, ter-se-á extinguido no século XVII. "Desapareceu devido a vários fatores: o fogo, a destruição dos carvalhais, que foram sendo substituídos por pinhais e eucaliptais para alimentar a indústria naval, a introdução do milho americano em Trás-os-Montes no século XVI, a produção de carvão, as necessidades da pastorícia".

• Latitude - verde no verão é observado a Norte do vale do Tejo, no Noroeste peninsular, na Cordilheira Cantábrica e  nos Pirinéus e nos cimos dos alinhamentos montanhosos, tais como, os sistemas Ibérico, Central e Bético, os três a Este de Portugal. A secura é apanágio da maior parte do território ibérico, nomeadamente, a sul do vale do Tejo em Portugal, entre os sistemas montanhosos em Espanha e, mais acentuadamente, quanto mais perto do Mar Mediterrâneo.
• Longitude - genéricamente, quanto mais para leste mais árido e, verde, permanece onde a altitude predomina e ultrapassa a influência da continentalidade.

Da Islândia, a noroeste, até a Escandinávia e a Rússia, a nordeste, e das pontas do norte da Noruega e da Finlândia até o norte de África onde inclui países como Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egito,
o verde do verão surge em muitas partes da Europa. Já a secura que o verão traz, particularmente para o sul, para além do sul de Portugal, também pode ser vista em vastas partes da Espanha, no sul da Itália e Turquia (candidata à adesão à União Europeia há décadas).
Os satélites da série Sentinel são parte integrante do programa Copernicus, o maior observador da Terra que já leva duas décadas no Espaço.

Poluição, catástrofes naturais, evolução de terrenos agrícolas e comportamento das massas de águas são algumas das áreas em que a constelação de satélites do programa europeu toma “o pulso” do planeta azul.