domingo, 26 de maio de 2019

Subida do mar ameaça 150 mil portugueses: a vulnerabilidade costeira

No semanário Expresso, na edição de 24 de maio de 2019, Carla Tomás assina um artigo sobre os perigos que a orla costeira continental arrisca se, tal como parece estar a suceder, continuar a subir o nível médio do mar. O tema é tão importante a diferentes escalas geográficas que, investigadores e decisores de todo o mundo vão debater em Lisboa a adaptação às alterações climáticas. Efetivamente, desde estudiosos até cidadãos ribeirinhos, aqueles baseados em dados científicos, estes habituados a comprovar in loco as mudanças vivenciadas em parcos anos, relacionam as oscilações do nível médio do mar com as mudanças climáticas e a ocorrência de fenómenos extremos. Temperatura do ar, pluviosidade, geologia costeira, formações rochosas e ações atróficas são os fatores que mais diretamente
interferem na evolução do litoral. 


Aumento da Temperatura Máxima no Verão (2041-2071)

Neste mapa de projeções a médio prazo, mantém-se a influência da longitude nas diferenças de temperatura no país no verão: menor aumento junto ao litoral pelo efeito moderador do mar e maior aumento quanto mais afastado do litoral por efeito da continentalidade.




AS PROJEÇÕES DO CLIMA DO PROJETO “MODELAÇÃO DO SISTEMA TERRA NO ATLÂNTICO ESTE”, COORDENADO PELO FÍSICO PEDRO MATOS SOARES, DO INSTITUTO DOM LUÍS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE LISBOA, APONTA PARA UM AUMENTO MÉDIO DE 3-4 GRAUS CELSIUS NO INTERIOR DO PAÍS E DE 2 GRAUS CELSIUS NO LITORAL ATÉ 2070.





Subida do Número de Ondas de Calor (2041-2071)

De novo, confirma-se o mesmo tipo de conclusão: a temperatura do ar no verão, principalmente, aumenta do litoral para o interior e do interior norte para o interior sul, mais próximo do Norte de África e, consequentemente, da cintura de altas pressões sub-tropicais.







“DENTRO DE 20 ANOS, O NÚMERO DE ONDAS DE CALOR QUASE QUE VAI DUPLICAR NO LITORAL E QUADRUPLICAR NO INTERIOR”, EXPLICA MATOS SOARES. OS MODELOS FÍSICO-MATEMÁTICOS INDICAM QUE AS ONDAS DE CALOR PODEM PROLONGAR-SE POR 12 A 15 DIAS EM MEADOS DO SÉCULO E DURAR MAIS DE 40 DIAS EM 2100.



Redução da precipitação anual (2041-2071)
Corolário dos mapas anteriores, a precipitação, a observarem-se as previsões, irá diminuir significativamente do Norte para Sul.

OS ESTUDOS INDICAM QUE A PRECIPITAÇÃO MÉDIA VAI DIMINUIR ENTRE 5% E 10% NO NORTE DO PAÍS, 20%-15% NO CENTRO E 20%-25% NO SUL NO PERÍODO 2041-2070, QUANDO COMPARADO COM O REGISTADO EM 1971-2000. EM VEZ DE UMA SECA POR DÉCADA, PASSA A HAVER TRÊS A QUATRO A CADA DEZ ANOS









VISUALIZADOR DE CENÁRIOS DE SUBIDA DO NÍVEL DO MAR - página eletrónica




"Estudo e análise da vulnerabilidade costeira face a cenários de subida do nível do mar e eventos extremos devido ao efeito das alterações climáticas"

Rocha, Carolina Silvestre
http://hdl.handle.net/10451/26321
 

Blog Archive

Número total de visualizações de páginas