segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Do "Relatório Especial sobre Oceano e Criosfera num Clima em Mudança"

Relatório Especial ... num Clima em Mudança
Na página eletrónica do IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera - há referência ao Relatório Especial sobre Oceano e Criosfera num Clima em Mudança (SROCC - Special Report on the Ocean and Cryosphere in a Changing) assim como uma síntese dos pontos principais relativos ao Sumário para Decisores.
Destes destacamos:
  • Verificou-se um degelo dos glaciares que no período de 2006 a 2015 foi o equivalente +2mm/ano no nível do mar;
  • Nas últimas 5 décadas a cobertura de neve, avaliada no mês de junho, do Ártico continental, decresceu cerca de 13% por década;
  • Nas regiões montanhosas a extensão e duração da superfície coberta com neve diminuiu, sobretudo nas cotas inferiores;
  • O oceano aqueceu, as ondas de calor marinhas duplicaram em frequência e aumentaram a duração desde o início da década de 80 do século XX;
  • O enfraquecimento esperado da AMOC (Atlantic meridional overturning circulation), sistema de correntes marinhas em profundidade que transportam calor dos trópicos para o Atlântico Norte e águas mais frias para sul, contribuirá para a diminuição da produção marinha no Atlântico Norte, para mais tempestades nesta região e para um aumento do nível do mar acima do esperado a nível global; 
  • O nível médio do mar continuará a subir a um ritmo crescente, estando projetado que poderá ser de vários metros nos próximos séculos (até 2300)...
  • A este respeito é esperado que os fenómenos extremos locais de sobreelevação do nível do mar, que historicamente ocorriam 1 vez em 100 anos, passem a ser eventos com uma probabilidade de ocorrência anual, na maior parte dos locais costeiros analisados, já durante este século, aumentando a ocorrência de inundações costeiras.
  • A mitigação da emissão de gases com efeito de estufa reduzirá os impactos, mas ainda assim algumas mudanças são já irreversíveis.
  • A acidificação do oceano, a diminuição do oxigénio e a maior estratificação da coluna de água superior são outros aspetos que se agravarão no futuro.

Circulação invertida do oceano global. Por todo o Oceano Atlântico, a circulação transporta águas quentes (setas vermelhas) para o norte perto da superfície e águas profundas e frias (setas azuis) para o sul.
Crédito da imagem: NASA / JPL 

A AMOC - circulação revertida no Atlântico é um sistema de correntes, incluindo a Corrente do Golfo, que trazem águas quentes da superfície dos trópicos para o norte para o Atlântico Norte. Lá, nos mares que cercam a Groenlândia, a água esfria, afunda a grandes profundidades e muda de direção. O que antes era uma superfície de água quente que se dirigia para o norte se transforma em águas profundas e frias indo para o sul. Essa queda é uma parte da vasta correia transportadora de correntes oceânicas que movem o calor ao redor do globo.
Numa artigo disponibilizado pelo Público, podemos ler, de forma semelhante, que A circulação do oceano Atlântico tem um papel fundamental na regulação do clima global. E quando se fala nessa circulação tem de se referir a AMOC, um dos maiores sistemas de correntes oceânicas do planeta. Como funciona? Em traços gerais, é influenciada pela corrente do Golfo – águas quentes e pouco densas que viajam das Caraíbas até até às latitudes mais a norte. Durante a sua viagem, estas águas libertam calor na atmosfera e aquecem a Europa ocidental. Já em sentido contrário estão as águas frias e mais salgadas do mar do Lavrador ou da Gronelândia, que são assim mais densas.

 

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