quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Sismo localizado a Sul de Oeiras em 31 de Janeiro de 2021

Um novo sismo, felizmente, de baixa intensidade, ocorreu em Portugal. Registado por sismógrafo mas não sentido pela população,  o acontecimento está noticiado no website do IPMA. Para além de um mapa que permite a localização geográfica, o texto da notícia pode ser encarado como uma breve lição geológica indispensável para justificar a ocorrência deste tipo de fenómeno natural. Hoje, sabe-se que:
  • sismos e vulcões são manifestações bruscas ligadas aos movimentos das placas tectónicas
  • é nos limites destas placas que estes fenómenos acontecem
  • devido às correntes de convecção do magma no manto e à forma esférica da Terra, se há placas que convergem (originando a formação de grandes cadeias montanhosas) há outras que divergem (levando à abertura de novos mares, por exemplo)
  • a evolução geológica da atual Península Ibérica registou, de acordo com o estado atual do seu conhecimento científico, mudanças ao longo das várias eras, da Arcaica à Quaternária
  • segundo o IPMA que 
  • A região a sul de Lisboa está afetada por fraturas profundas com duas orientações preferenciais: NNW-SSE ... e E-W 
  • Estas falhas profundas têm origem muito antiga e desempenharam um papel importante na compartimentalização da margem continental Oeste Portuguesa durante a abertura do oceano Atlântico, no Jurássico (~200 milhões de anos)
  • Há cerca de 15 milhões de anos foram reactivadas durante a formação das montanhas alpinas, que em Portugal se representam pela serras da Estrela, Arrábida, Montejunto e outras. Estas falhas tiveram ainda um papel muito importante no Cretácico Superior durante a instalação à superfície dos vulcões do Complexo Vulcânico de Lisboa e do granito da serra de Sintra (~80 milhões de anos), tendo servido como condutas para ascensão do magma.
  • Portugal continental, em particular a região de Lisboa, é frequentemente afectado por sismicidade, geralmente de baixa magnitude, devido à sua localização próxima da fronteira entre as placas tectónicas Africana e Euroasiática, que se estende dos Açores a Gibraltar e através do Mediterrâneo.
  • Apesar de a maior parte da actividade se localizar no mar, existe alguma transferência de tensões para a região intraplaca, que tendencialmente se localiza em falhas ou em zonas de contraste litológico, por exemplo associado a intrusões magmáticas existentes na crosta.

     

 

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