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FOTO ANTÓNIO PEDRO FERREIRA |
Grupo de produtores, investigadores, ambientalistas e autarcas apela a mais apoio do Estado e da indústria para defender o montado de sobro e azinho face às alterações climáticas.
A importância do montado e a sua preservação já foi alvo de outra notícia publicada neste blog. Desta vez, não iremos repetir as caraterísticas deste ecossistema mediterrânico mas, antes, salientar o que preocupa o grupo "Iniciativa Pró-Montado" que, como objetivo, quer tentar impedir que o Alentejo se transforme num deserto até final do século XXI, como vaticinado pelos cientistas.
Que razões estão na base deste cenário?
- secas mais prolongadas
- menor pluviosidade
- mais ondas de calor
- morte de milhares de árvores
- redução da densidade dos povoamentos de sobro e azinho.
Face a tal panorama, os membros do grupo Iniciativa Pró-Montado, alertam para “a necessidade de desenvolver iniciativas e programas que promovam a adaptação climática do montado de sobro e azinho”. Sublinham que este “é a barreira natural à entrada do deserto” e que “esquecer isto é expor meio Portugal à desertificação” e pôr em causa a produção de cortiça, que “faz parte da marca Portugal” e que ocupa o 1º lugar nas exportações nacionais.
Uma das medidas preconizadas pelos signatários é "voltar às densidades antigas entre as 80 e as 100 árvores" por hectare -- atualmente há cerca 60 árvores por hectare. Ora, atendendo a que, "no Alentejo, há 530 mil hectares de árvore de sobreiro - representando 72% do total desta espécie no país - a existência de mais árvores por hectare vai "aumentar o ensombramento", levando à diminuição da temperatura.