domingo, 19 de agosto de 2018

O milagre do século XXI

Envelhecimento no Século XXI: Celebração e Desafio
O envelhecimento é um fenómeno demográfico que é transversal à generalidade dos países, afetando, contudo, cada um deles em grau diferente . Como se lê no Resumo Executivo publicado pelo Fundo das Nações Unidas (UNFAP) em 2012: "O envelhecimento populacional é uma das mais significativas tendências do século XXI. Apresenta implicações importantes e de longo alcance para todos os domínios da sociedade". Alguns dos dados inseridos neste documento devem-nos alertar para as mudanças que a demografia irá
ocasionar:
  • 2 pessoas por segundo celebram o seu sexagésimo aniversário
  • 58 milhões de novos sexagenários registam-se em cada ano
  • 1 em cada 9 pessoas no mundo tem 60 anos de idade ou mais
  • 1 em cada 5 pessoas no mundo terá 60 anos de idade ou mais por volta de 2050
  • o envelhecimento progride mais rapidamente nos países em desenvolvimento
  • de 15 países com mais de 10 milhões de idosos (2012), 7 são países em desenvolvimento
  • em 2010-2015, a EMV era de 78 anos nos países desenvolvidos e 68 anos nas regiões em desenvolvimento
  • em 2045-2050, os recém-nascidos terão um expectativa de viver até a0s 83 anos nas regiões desenvolvidas e 74 anos nas regiões em desenvolvimento
  • regionalmente há diferenças:
    • em 2012
      • 6% da população africana tinha 60 anos ou mais
      • 10% na América Latina e Caribe
      • 11% na Ásia
      • 15% na Oceania
      • 19% na América do Norte 
      • 22% na Europa
    • em 2050 estima-se que
      • 10% da população africana terá 60 anos ou mais
      • 24% na Ásia
      • 24% na Oceanis
      • 25% na América Latina e Caribe
      • 27% na América do Norte
      • 34% na Europa
  • para cada 100 mulheres com 60 anos ou mais em todo o mundo há 84 homens
  • para cada 100 mulheres com 80 ou mais anos existem apenas 61 homens
Muito mais podemos ler neste extenso mas útil Relatório. Nomeadamente, o que resume o quadro seguinte, importado do documento em causa, sobre Factos do Envelhecimento:
Num outro artigo, de José Miguel Leonardo, o autor refere-se a este fenómeno demográfico como o "O milagre do século XXI" (edição de 4 de agosto, semanário Expresso). E que milagre é esse? Nada mais nada menos do que o extraordinário aumento da esperança de vida que se tem vindo a registar, em particular, na geografia europeia. As estatísticas assim o corroboram. Por exemplo, no:
  • início do séc. XIX, 25% das pessoas viviam até aos 60 anos
  • em 2010, mais de 90% das pessoas já tinha mais de 60 anos
  • hoje, sexagenários são considerados de meia idade e desempenham funções e tarefas que, há décadas atrás, só eram apanágio de pessoas muito mais jovens
Que implicações podem surgir em consequência deste envelhecimento progressivo?
Numa perspetiva meramente política e economista, o envelhecimento é negativo na produtividade e na capacidade de inovar uma vez que o nível de competências individual vai diminuindo.
No entanto, outros há que divergem desta visão e defendem outras perspetivas. Um dos exemplos paradigmáticos foi protagonizado por Peter Drucker (1909-2005), considerado o pai da administração moderna, que trabalhou até aos 96 anos, saudável e com vitalidade, e que afirmou que no futuro as transformações mais importante para a vida das pessoas não seriam nem a globalização nem as novas tecnologias mas antes aquilo a que chamou o milagre do séc. XXI: o extraordinário aumento da esperança de vida.   
Kurt Kurzweil, um respeitado professor e futurista americano, acredita que entre 2020 e 2050 existirão avanços tão importantes na longevidade que a espécie humana terá uma vida mais produtiva e mais longa à medida que o desenvolvimento da medicina e das nanotecnologias for progredindo para níveis inimagináveis.
 

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