quinta-feira, 25 de abril de 2019

"Portugal Regional: um país, duas realidades"

NUT III – Relação área / população residente 2014 (Fontes: INE; DGT, CAOP 2015) 
Portugal é um país dicotómico, a duas velocidades, revelando uma complexidade e uma dinâmica que ultrapassa uma simples assimetria. Nos cerca de 89 000 km2, é surpreendente:
  • a diversidade geográfica do país
  • um norte montanhoso e um sul plano
  • um clima essencialmente mediterrânico, ainda que com algumas diferenças sobretudo nas altitudes mais elevadas
  • o curso dos três rios  
NUT II – Relação área / população residente 2014 (Fontes: INE, CAOP 2015) 
internacionais.

  • a evolução demográfica, de país jovem para país em acelerado envelhecimento
  • 25% de jovens em 1981 e, apenas, 14% em 2014
  • 11% de idosos em 1981 e os 20% em 2014
  • o Índice de Envelhecimento de 45 para 138 em 30 anos
  • o reduzido Índice Sintético de Fecundidade de 1,23 (3,2 nos anos 80)
  • a espetacular descida da Taxa de Mortalidade Infantil de 77 óbitos por cada 1000 nascimentos para 2,9 em 2014
  • as mudanças na estrutura territorial consequência do contínuo êxodo das populações rurais para os centros mais urbanos
  • as alterações na estrutura ativa: em 1981 perto de 25% trabalhavam na agricultura, em 2014 era somente de 8%
  • a terciarização da economia
  • a melhoria das condições económicas, de educação e de saúde.
Todavia, as diferenças existem e tendem a agravar-se. Uma leitura comparativa entre as unidades territoriais NUTS II mostram que:
  • As regiões Alentejo e Centro ocupam quase 60% da área do território continental e  30% da população residente. Lisboa, cuja área representa apenas 3%, concentra 28% da população. 
  • as taxas de escolarização mais altas no nível de ensino superior encontram-se nas regiões de Lisboa, Centro e Norte. Das cerca de três centenas de estabelecimentos de ensino superior no país (ensino público e privado), 67%  estão localizadas nas regiões do Norte e Lisboa. 93% dos alunos concentram-se nas regiões de Lisboa, Norte e Centro (dados INE, 2015)
  • é, também, em Lisboa, Norte e Centro que se concentram  84% do total das empresas nacionais e 89% das empresas ligadas à indústria transformadora
Encarando as unidades territoriais de nível NUTS III, as diferenças continuam a evidenciar-se:
  • As áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto ocupam, em conjunto, 5% da área total e agregam quase 50% da população nacional (ver gráfico acima)
  • O Baixo Alentejo é a região com maior área a nível nacional (10%) com apenas 1% da população (ver gráfico acima)
  • Todas as NUTS III têm um Índice de Envelhecimento com valores acima de 100 mas,  as Regiões do Alto Tâmega, Terras de Trás-os-Montes, Beira Baixa e Beiras e Serra da Estrela apresentam valores superiores a 250 
  • A Área Metropolitana de Lisboa (AML) agrega o maior número de pessoas em idade ativa
  • A Área Metropolitana do Porto (AMP) tem 62%, as regiões do Cávado, do Ave e do Algarve têm 14, 15 e 16%, respetivamente, da população ativa comparativamente aos dados percentuais dea AML
  • O Alto Tâmega, Terras de Trás-os-Montes, e a Beira Baixa são as que apresentam menor população em idade ativa, em relação à AML, com valores inferiores a 3%
  • A AML também tem a remuneração média mensal mais elevada do país
  • A AMP tem remunerações médias mensais que correspondem a 78% da auferida em Lisboa
  • Todo o restante país se situa entre os 60 e os 70% da remuneração máxima.
  • Universidades e politécnicos públicos têm sido essenciais no desenvolvimento das regiões do interior, mas ...
  • Cerca de ¾ dos alunos estão concentrados nas regiões do Cávado, AMP, Coimbra e AML
  • Contrastes existem ainda no tecido empresarial entre regiões NUT III: a AML tem quase o dobro das empresas que a AMP. Em relação ao total nacional, estas duas regiões reúnem quase 50% do tecido empresarial. 
 

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